sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Há galadorianos entre nós?

A influência da religião em qualquer obra artística é inegável. Uma vez que o artista pode expressar seus sentimentos por meio de uma obra, certamente ele deixará transparecer nela as suas crenças. 

Faz parte do trabalho do artista provocar os sentidos dos apreciadores. Ele pode até tentar ser isento, imparcial, argumentando que as ideias presentes em sua obra não são sua opinião pessoal, mas parte da provocação inerente ao trabalho artístico. Mas o fato é que não conseguimos ser totalmente isentos em nada. Nossas crenças nos influenciam.

Por isso não se pode negar que a maioria das obras de arte do mundo ocidental é fortemente influenciada pelo cristianismo, que passou de perseguido a perseguidor ao tornar-se a religião oficial do Império Romano. O cristianismo é bom, mas infelizmente muitas pessoas mataram em nome dele. Se hoje o mundo vive com medo de terroristas islâmicos, deveria se lembrar do que os cruzados fizeram com os muçulmanos na Idade Média.

A Elite de Anjos, em Rom #22
Enfim, existe um problema comum a qualquer religião: a interpretação que se faz dela. Tanto cristãos quanto muçulmanos tem entre seus crentes os tolerantes e os extremistas. Os que são dirigidos pelo amor e os que são dominados pelo ódio. A religião não faz ninguém bom ou ruim. Isso depende do coração de cada um.

Mas por que estamos falando nisso em um blog dedicado a Rom, o Cavaleiro do Espaço? É que recentemente uma nova religião, a Igreja do Kopimismo, foi reconhecida pelo governo sueco. Apenas reconhecida, não tornada a religião oficial, ainda bem, porque isso sempre deu problema na História.

Bem, essa religião é bastante curiosa. Ela tem como base o compartilhamento de informações. Os "kopimistas" acreditam que toda informação compartilhada tem mais valor e é sagrada. Os símbolos da religião são as combinações de teclas geralmente utilizadas para copiar e colar dados em programas de computador: Ctrl+C e Ctrl+V. 

Mandamento da Missionary Church of Kopimism
 
Aqui chegamos no ponto de intersecção com a história de Rom. Não sabemos exatamente qual era a religião dos galadorianos, mas parece que  eles tinham deuses, já que Rom sempre se referia aos "deuses de Gálador". Embora esses "deuses" pudessem ser uma entidade trina como a dos cristãos. Mas a questão do compartilhamento está na origem dos Cavaleiros do Espaço. 

A ameaça que transformou pessoas pacíficas em poderosos guerreiros ciborgues surgiu justamente enquanto uma frota de naves galadorianas cruzava galáxias compartilhando (gratuitamente) seu conhecimento com outras civilizações. Algo bem diferente da frota estelar de Jornada nas Estrelas, que era uma agência militar e exploratória.

A Frota Galadoriana (Rom #1)


Os galadorianos compartilhavam seu conhecimento com o intuito de que outras raças alcançassem um nível de desenvolvimento equivalente ao deles, e se tornassem totalmente pacíficos. Enquanto os Shi'ar acreditavam que a paz só era obtida com guerra e conquista e todos sob um único comando, os galadorianos acreditavam na paz pelo compartilhamento do conhecimento.

A história da frota galadoriana foi contada antes que pinguins, gnus, elefantes, camelos, golfinhos e outras criaturas se tornassem símbolos de compartilhamento de conhecimento.

Vendo essa notícia da religião do Kopimismo, eu pergunto: será que há galadorianos entre nós? Porque (diante de tantas atrocidades) Espectros eu tenho certeza que há.

"Compartilhar? Vamos compartilhar uns phasers com os klingons!"

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Brian Butler

A imagem abaixo foi carregada no blog Spacenite 2 em setembro de 2009. Ela é de autoria de Brian Butler que, segundo ele próprio, é um artista, desenhista, jogador de golfe em miniatura e "Coordenador de Pesquisa do Homem Sorvete".




A arte de Brian envolve frequentemente muitos elementos bizarros. Ele não somente um ilustrador. Brian tem vários trabalhos com pintura, grafite e instalações. Ele criou um personagem interessante, o Homem Sorvete, que aparece em várias de suas obras. Brian afirma que sua intenção é elevar o Homem Sorvete ao nível de lendas como o Pé Grande e o Monstro de Lochness.

Em sua interpretação de Rom, Brian mostra algo como se fosse a visão de  Rom pelos olhos de um bêbado, pois vemos o Cavaleiro do Espaço duplicado. Quem não conhece a história do galadoriano não percebe a astúcia e sagacidade de Brian, que faz de forma sutil referência a um dos grandes momentos da saga de Rom: o roubo de metade de sua humanidade por Terminator.

O vilão Mentus, a metade maligna do Primeiro Diretor, usou a humanidade Rom que estava congelada no Salão de Ciências de Gálador para transformar Terminator em uma cópia do líder dos Cavaleiros Espaciais. O confronto entre os dois Roms se deu na edição 25 da revista Rom Spaceknight.

Rom #25 - But two Roms are not better than one
O maior problema para Rom era que se ele destruísse Terminator em uma luta, perderia a possibilidade de voltar a ser humano. Para Terminator, por sua vez, não havia diferença, pois toda a sua humanidade havia sido perdida quando seu planeta foi infectado com uma praga pelos Espectros.

O que você faria se tivesse de lutar consigo mesmo? Não sabe? Então pergunte o que Rom faria!

Palmas para Brian Butler!

Brian Butler