terça-feira, 7 de junho de 2011

Rom, o Cavaleiro do Espaço, e Mística, a Mutante

No dia 3 de julho de 2011, estreou no Brasil o filme X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, no original). Esse filme mostra uma versão cinematográfica para a origem dos X-Men. Uma versão bem alternativa, visto que mistura personagens de várias formações dos X-Men. Da equipe original dos quadrinhos, temos somente o Professor X e o Fera.

O filme faz uma tentativa de criar uma origem compatível com o filme X-Men de 2000, e se foca bastante na vida de Magneto. Na verdade, o filme deveria se chamar X-Men Origins: Magneto, porque ele começa e termina com o mutante Erik Lehnsherr, e as melhores cenas do filme são as em que ele entra em ação.

X-Men: Primeira Classe tem um grande compromisso com o primeiro filme da série X-Men, mas destoa bastante dos quadrinhos no qual é baseado. Algo que ocorre no filme que não possui referência nos quadrinhos é o fato de Mística e Charles Xavier serem amigos desde a infância. No filme, Charles praticamente cria Raven, a futura Mística, como se fosse uma irmã mais nova. Nos quadrinhos, Mística até chegou a fazer parte da equipe, mas não foi no início. Na maior parte do tempo, ela foi inimiga dos X-Men.

Um fato interessante é que, nos quadrinhos, Mística e Rom se encontram. Inicialmente, Mística se aliou ao Híbrido para derrotar Rom, que havia frustrado seu plano para libertar Blob, Avalanche e Pyro da prisão. Mas ao descobrir que o mestiço de humana com Espectro pretendia escravizar tanto humanos quanto mutantes, resolveu ficar do lado do Cavaleiro Espacial.

É nesse encontro que Vampira começa a sofrer uma mudança, ao sentir em Rom uma nobreza que jamais viu antes. E de vilã, ela passou para heroína.

A bela metamorfa Mística atrai Rom para uma armadilha em Rom #32.

Mística ajuda Rom, assumindo a forma de Brandy Clark, para afastá-lo da sugestão hipnótica do Híbrido. O Cavaleiro Espacial fica surpreso com a atitude da vilã.

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Ken Garduno

A imagem abaixo, carregada em maio de 2009 no blog Spacenite 2, é de autoria de Ken Garduno. Ken não é namorado da Barbie, mas um ilustrador graduado na Art Center College of Design de Pasadena, na Califórnia. Ele trabalha como artista freelancer e seu trabalho tem sido exibido em exposições internacionais e publicado em revistas e álbuns de arte.

Ken fez uma ilustração em que Rom parece muito com um brinquedo. Bem, Rom era um brinquedo... Originalmente, um robô com luzes e sons, algo que, pelo menos no cinema e televisão, era sinal de alta tecnologia.

Sem uma definição clara de sua natureza, um comercial, disponível no Youtube apresenta o personagem como membro de um ordem de guerreiros, que perseguiam os temíveis Espectros.

O brinquedo não vingou, mas deu origem a uma grandiosa saga em quadrinhos que durou 75 edições mensais com quatro anuais especiais. É incrível como vários brinquedos deram origens a personagens de sucesso em outros meios.

Foi assim com He-Man, com os Transformers e com os G.I. Joe (Comandos em Ação no Brasil). Até a Barbie hoje faz sucesso com seus desenhos em 3D!

E Rom, o Cavaleiro do Espaço? Está preso em um Limbo, talvez mais difícil de escapar do que aquele para o qual despachava os Espectros. O Limbo dos direitos de propriedade intelectual, onde o medo de processos judiciais se sobrepõe à preservação do conhecimento. É como preferir jogar comida fora em vez de dar para quem tem fome.

Muitos homens manipularam os fatos para distorcer o conhecimento da realidade a seu favor. Alguns escondem alguns fatos por conveniência econômica. Será que algum dia Rom sairá do ostracismo a qual foi condenado, uma verdadeira recompensa de Temístocles.

Todos têm o direito de saber quem foi Rom, o Cavaleiro do Espaço. E as crianças, principalmente, devem ter o direito de acrescer um grande personagem à galeria de imagens grandiosas nas quais podem se inspirar.

Palmas para Ken Garduno.