quinta-feira, 19 de maio de 2011

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Chris Samnee

A imagem abaixo é uma ilustração de Chris Samnee, carregada no blog Spacenite 2 em maio de 2009. Chris Samnee é um ilustrador que mora em Portland, estado de Oregon, EUA. Ele já realizou trabalhos para diversas editoras norte-americanas importantes, como DC, Marvel e Dark Horse. Ele possui um traço expressivo e realista. Em seu site você pode encontrar excelentes esboços de personagens conhecidos dos quadrinhos. Um destaque é o seu trabalho na revista Thor: The Mighty Avenger.


Chris ilustra na imagem acima o momento em que Rom sai da cratera formada pelo impacto do meteoro dentro do qual ele chegou (revista Rom #1, nos EUA, Almanaque Premiere Marvel nº 2, Brasil). A cena da chegada de Rom foi descaradamente copiada pelo filme Transformers, de Steven Spielberg e Michael Bay. Chris consegue desenhar Rom com a mesma imponência dada por Sal Buscema, fazendo uma grande homenagem ao homem ilustrou a maior parte da revista ROM Spaceknight.

Recentemente, após sair de um treinamento na região da Avenida Paulista, conheci em um bar um consultor de análise de requisitos e modelagem de negócios e contei a ele sobre meu livro, Rom Biografia Não Autorizada, terminado, mas ainda não publicado por falta de editora. Em um mega-ultra-power-resumo do livro, falei sobre a chegada de Rom na Terra, dentro de um meteoro e como isso foi referenciado, sem créditos, no filme dos Transformers, cuja dona, a Hasbro, também tem dos direitos de Rom.

O consultor me disse que tal cena não era uma novidade, porque o Superman também havia chegado à Terra em um meteoro. Eu disse que não, porque sabemos que o Superman chegou à Terra em uma nave. Eu percebi que a confusão foi por causa do bendito seriado de TV Smallville, no qual a nave chega junto com uma chuva de meteoros. Essa mudança no original dos quadrinhos teve dois motivos.  O primeiro era disfarçar a chegada da nave (seria difícil prestar atenção nela com um monte de meteoros destruindo a cidade). O segundo era criar uma fonte de ameaças para o Superboy sem uniforme enfrentar.

É isso mesmo. Rom chegou à Terra em um meteoro, e não copiou isso de ninguém. Foi copiado. E não foi creditado.

Na ilustração, vemos Rom olhando ao seu redor. Ele está sozinho agora, sem a companhia dos outros novecentos e noventa e nove Cavaleiros do Espaço. Está em um planeta desconhecido, infestado pelos terríveis Espectros, que disfarçados de humanos, tornarão difícil sua missão. Pois como convencer os terráqueos de que ele não é uma ameaça?

O fato de Rom ter chegado dentro de um meteoro serviu para evitar que agências de inteligência e o exército dos EUA se mobilizassem imediatamente. Mas inevitavelmente, a figura de uma criatura metálica sem rosto com estranhos aparelhos que surgiam do nada iriam atrair a atenção da mais bélica de todas as nações, que geralmente atira primeiro e pergunta depois.

O que será que se passava na mente de Rom, enquanto ele olhava ao seu redor, contemplando uma parte daquele belo planeta, dominado por uma raça que destrói os recursos dos quais depende para viver? Será que ao contemplar a atitude do ser humano da Terra diante do seu mundo ele cogitaria a possibilidade dos Espectros estarem semeando a ganância e o egoísmo para provocarem a extinção da raça humana e de toda a vida na Terra?

Quanta coisa em um quadro apenas... Palmas para Chris Samnee.


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Chuck BB

A imagem, carregada em maio de 2009 no blog Spacenite 2, é de autoria de Chuck BB. Chuck é um ilustrador de quadrinhos de Los Angeles. Suas obras de destaque são Nyarlathotep, de H. P. Lovecraft e Black Metal, volume 1.


Chuck mostra Rom com a maior arma de Gálador, o Neutralizador, em uma situação inesperada. O raio do aparelho se encurva e sobe. Isso nunca aconteceu com a arma de Rom. Mas talvez Chuck quisesse fazer uma referência a outro personagem que ilustrou, Darkseid, cujos raios Ômega fazem todos os desvios necessários até atingir o alvo.

De qualquer forma, o destaque na ilustração fica sendo o Neutralizador. O Neutralizador é uma arma muito estranha, porque não foi confeccionado para matar, apesar de poder ser ajustado para isso. O fato de ser empunhado por Rom o torna um instrumento pacificador, pois o maior de todos os Cavaleiros Espaciais se recusava até o último instante em usar sua arma para matar. Com certeza, é um artefato mais elegante do que um sabre de luz, porque sua principal função é desativar o funcionamento de qualquer aparelho.

É um instrumento que, se fosse real, causaria a ambição de vários governos no mundo. Imagine algo capaz de tornar todas as armas de um exército inimigo inúteis? Em um tempo em que as superpotências usam e abusam de alta tecnologia, elas acabam dependendo muito de equipamentos elétricos e eletrônicos. Uma arma que paralisa tanques, aviões e navios pode dar o domínio do mundo a qualquer supervilão.

O interessante é que na saga de Rom é que essa possibilidade, dos governos terráqueos perseguirem o galadoriano para tomar sua arma, não é explorada. Podemos conjeturar uma explicação simples: os Espectros estavam infiltrados em altas posições de governo, incluindo postos militares, e certamente não tinham mais interesse em destruir a arma que os bania para o Limbo do que capturá-la. Os Espectros sabiam, pelo menos os que sobreviveram aos primeiros embates com Rom, que o dispositivo galadoriano tinha um sistema de segurança que impedia seu uso por Espectros.

Aqui há um detalhe interessante: além de Rom, somente três pessoas conseguiram empunhar o Neutralizador: Kitty Pride, Brandy Clark e Dominor. As duas primeiras para banir o Híbrido, o maior inimigo de Rom. O último para dar cabo da última ameaça que restava em Gálador: ele mesmo. 

Parece que o Neutralizador é inteligente, ou então é governado por alguma regra similar a do martelo de Thor, o Mjolnir. No Mjolnir há a seguinte inscrição: "Aquele que empunhar este martelo, se for digno, terá o poder de Thor". Isso implica que não é necessário exatamente ser Thor para usar o Martelo, o que permite que outras pessoas, em momentos de extrema necessidade, possam usar a arma. Foi o que aconteceu com o Superman na mini-série Liga da Justiça versus Vingadores, onde o kriptoniano conseguiu usar o martelo de Thor quando este jazia ferido.

Pudessem todas as armas terem um dispositivo que só permitisse seu uso com responsabilidade. Mas, adaptando Sun Tzu, se fôssemos sábios, evitaríamos o uso de armas.

Dignidade, responsabilidade... Que coisas legais Chuck nos faz lembrar com sua ilustração. Palmas para Chuck BB!