segunda-feira, 25 de abril de 2011

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Dan Stiles

Que inusitado! Uma pintura cubista de Rom!

Essa imagem, carregada no blog Spacenite 2 em maio de 2009 é de autoria de Dan Stiles. Dan vive em Portland, no estado de Oregon, EUA, onde trabalha com um estilo de arte que é uma combinação de música e desenho. 


Dan destaca, na sua interpretação do maior de todos os Cavaleiros do Espaço, o elmo de Rom, que escondia as emoções do galadoriano por trás de dois sensores ópticos vermelhos. Esse elmo foi um desafio para Sal Buscema e Steve Ditko, que tiveram de fazer uso da expressão corporal para transmitir as emoções do guerreiro prateado. Eles já não tiveram esse problema com a Cavaleira do Espaço Starshine, que tinha um rosto com feições quase humanas.

O estilo cubista nos lembra Picasso, e Picasso nos lembra Guernica, um quadro que ele pintou em 1937 para representar o bombardeio da cidade basca de Guernica, feito por aviões alemães durante a Guerra Civil Espanhola. A Espanha serviu como um ensaio para a Luftwaffe, a força aérea alemã, testar armas e táticas antes da estreia da Blitzkrieg, a guerra-relâmpago, que desarmou a defesa francesa em cinco meses.

O bombardeio de Guernica é uma daquelas coisas que devemos lembrar para que nunca mais se repita. Infelizmente, massacres de populações civis continuam ocorrendo em áreas de constantes conflitos armados.

Não sei se a ideia de Dan era trazer isso à tona, mas a crueldade do ataque à Guernica é algo do nível dos Espectros. Na revista Rom #16, Terminator conta a Rom e Starshine que toda a população de seu planeta foi morta por uma praga lançada pelos Espectros. Quando os galadorianos chegaram, só conseguiram salvá-lo removendo as partes infectadas de seu corpo e colocando o restante dentro de um armadura. Isso evitou sua morte, mas o condenou a ser um ciborgue para sempre.

A guerra não somente destrói vidas ceifando-as, mas também impedindo que os sobreviventes a tenham em sua plenitude.

Quanta coisa legal Dan nos faz pensar com sua pintura cubista de Rom! Palmas para Dan Stiles!



segunda-feira, 18 de abril de 2011

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Simon Gane

A imagem abaixo, carregada em maio de 2009 no blog Spacenite 2, é de autoria do artista britânico Simon Gane. Gane é um grande fã de  música underground. e e essa influência fica clara em várias de suas obras.  Entre seus trabalhos de destaque estão a mini-série em quatro partes Paris, com roteiro de Andi Watson, Meet John Dark, Punk Strips, All Flee (roteiro de Gavin Burrows) e The Vinyl Underground (texto de Si Spencer), em dois volumes, onde dividiu a arte com Cameron Stewart.


A imagem acima mostra Rom, em sua forma humana, beijando a fronte de uma jovem. Pelas feições, deduzimos que é Ray-Na, o grande amor do primeiro guerreiro ciborgue de Gálador. Rom estava disposto a dar sua vida para que sua amada pudesse sobreviver, mas quando se tornou um guerreiro tinha a esperança de voltar a seus braços. 

Foi com profundo pesar que ele ouviu o pedido do Primeiro-Diretor de Gálador, de perseguir os Espectros até que nenhum deles pudesse ameaçar outra raça no universo. Era uma tarefa árdua, com final incerto. Talvez ele jamais retornasse para seu planeta. E talvez nunca mais visse sua amada.

Era de se esperar que Ray-Na implorasse para que Rom ficasse, para que não a abandonasse. Ela poderia dizer que seu coração já havia sofrido ao vê-lo partir para a batalha onde ele conduziu os galadorianos à vitória expulsando os Espectros. 

A jovem, de acordo com as próprias lembranças de Rom, tentou demovê-lo da ideia de tornar-se um ciborgue. Ela não queria perder seu amado. Nada mais natural do que agora, após ele ter cumprido seu dever salvando Gálador,  ela possa tê-lo novamente em seus braços (ou melhor, aconchegar-se neles).

Mas a atitude dela é totalmente inesperada. Ela diz a Rom que ele deve ir. O Cavaleiro do Espaço fica espantado e pergunta como ela pode aceitar isso se talvez eles jamais se vejam de novo. Embora aos prantos, a jovem responde que eles não podem viver o seu amor plenamente, sabendo que outros amantes estão sofrendo por causa dos Espectros. Ela então dá as costas, chorando, mostrando que ela está disposta a sacrificar seus desejos pessoais pela felicidade de outras pessoas. 

O que Ray-Na fez lembra o texto de I Coríntios 13. Nesse capítulo de sua carta, o apóstolo Paulo afirma que o amor "não busca os seus interesses". Segundo ele, o amor "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". Veja que interessante, Ray-Na ama Rom, mas não busca seu próprio interesse. Ela cumpre o segundo mandamento cristão (Marcos 12:31), amando o seu próximo como a ela mesma. Quem é o próximo de Ray-Na? É aquele que precisa da ajuda de Rom. Ela não pode conviver com a consciência tranquila sabendo que existem pessoas que podem ser salvas por seu amado.

Ela sofre com sua partida, mas espera, acredita que eles ficarão juntos. Nas primeiras edições da revista Rom

O destino de Ray-Na, no entanto, surpreende aqueles que esperam por um final feliz entre ela e Rom. Na verdade, causa certo furor e revolta em quem simpatiza com ambos. Provoca um questionamento sobre a injustiça. Mas mesmo isso possui uma referência no cristianismo, o texto de Hebreus 11:39, "e todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa".

Ray-Na provou que seu amor era verdadeiro, pois ao dar sua vida pela de seu amado, ela lembrou que "ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos" (João 15:13). Ora, um namorado, noivo ou  marido é (ou deveria ser)  antes de tudo, um amigo.

"Nosso amor... nunca morrerá!"  - Ray-Na, despedindo-se de Rom

Palmas para Simon Gane, rei dos quadrinhos Punk, que nos fez lembrar o que é o amor!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Guy Davis

A imagem abaixo foi criada por Guy Davis e adicionada ao blog Spacenite 2 em maio de 2009. Guy é um ilustrador de quadrinhos norte-americano, nascido em 1966. Ele ganhou um prêmio Eisner em 2009 na categoria melhor desenhista/arte-finalista. Alguns de seus trabalhos notáveis são B.P.R.D (Bureau for Paranormal Research and Defense), obra que trata sobre a organização da qual o herói-demônio Hellboy faz parte, e uma parte de Sandman Theatre Mistery (Sandman, Teatro do Mistério). Esses dois livros foram publicados no Brasil, o primeiro pela Mythos Editora e o segundo pela Tudo em Quadrinhos. Guy ilustrou várias histórias de Hellboy, personagem que foi vivido nas telas do cinema por Ron Perlman.


A cena acima mostra Rom em uma batalha com naves espaciais, disparando seu Neutralizador contra o inimigo. Vemos um astronauta à direita, flutuando, talvez desmaiado ou até morto. 

Essa cena é interessante, pois evoca as histórias que falam sobre as batalhas que os Cavaleiros Espaciais tiveram de travar contra frotas de seus inimigos, os Espectros. A saga de Rom faz referência a pelo menos duas dessas batalhas. A primeira, lembrada várias vezes durante a série, é a Batalha de Gálador, onde os Cavaleiros Espaciais enfrentaram os Espectros pela primeira vez. Contando apenas com seus poderes, eles derrotaram um adversário muito mais numeroso e a princípio muito mais equipado.

Foi nessa primeira batalha que Rom derrotou uma das criaturas conhecidas como Asas da Morte, tornando-se uma lenda tanto para os Cavaleiros do Espaço como para os Espectros. Também foi nessa batalha que o Cavaleiro Incandescente (Firefall), o melhor amigo de Rom, desapareceu.

A segunda batalha espacial da qual vemos detalhes, é quando Rom, Starshine e Terminator enfrentam naves espectrais antes de descobrir alienígenas contaminados por uma doença mortal. É nesse momento que Terminator toma uma atitude que causa revolta em Starshine.

A saga de Rom descreve outras lutas no Espaço, mas não podemos chamar essas de batalhas, pois ele as terminou rapidamente. Foi o caso de seu enfrentamento com Nova, da luta contra os exilados do planeta de Automata e do ataque ao homem que roubou a armadura de Pulsar.

As outras grandes batalhas nas quais Rom esteve envolvido, e de que travamos conhecimento, ocorreram na superfície de planetas.

A batalha de Gálador é citada nos números 1, 4, 51 e 64 da revista Rom, todos esses publicados no Brasil nas revistas Marvel Premiere da RGE e O Incrível Hulk da editora Abril.

Como seria fantástico assistir a batalha de mil Cavaleiros Espaciais contra milhares de naves dos Espectros, no interior da Gálaxia Dourada. Vamos lembrar que ao contrário dos Jedis, os Cavaleiros do Espaço não dispunham de naves. Eram soldados de infantaria contra veículos de combate. Tudo bem que o Mace Windu destruiu sozinho uma máquina gigante dirigida por dróides, mas isso era exceção.

Talvez um dia, a Hasbro decida fazer algo com Rom além de ficar renovando os direitos sobre a marca...

Palmas para Guy Davis, por lembrar das épicas batalhas espaciais travadas por Rom, o Cavaleiro do Espaço!





domingo, 10 de abril de 2011

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Brandon Graham

A imagem abaixo, carregada em maio de 2009 no blog Spacenite 2, é de autoria de Brandon Graham, artista norte-americano de quadrinhos. Ele ganhou um prêmio Eisner por seu livro King City, em 2008.


De todas as imagens que comentamos até agora, esta sem dúvida parece ser a mais psicodélica. Vemos Rom em uma posição de meditação, ao lado do que parecem ser alienígenas de vários mundos. À sua direita há uma espécie de tigre, que está com sono, meditando ou drogado. A pequena criatura à sua esquerda parece manusear algo similar a um cachimbo (que o tigre fumou?). Uma bola de futebol aparece perdida na cena. Atrás do Cavaleiro Espacial há uma jovem e um homem, separados pelo que parece ser uma prancha de surfe. A jovem parece uma hippie, enquanto o homem veste um traje espacial e usa turbante.

Apesar de parecer bizarra, a ilustração nos faz lembrar da índole pacífica de Rom. O galadoriano vive um paradoxo, pois é um guerreiro e no entanto recusa-se a lutar na maior parte das vezes. Rom evita usar seus poderes até que não haja outra alternativa. Por isso ele muitas vezes fica na defensiva, apanhando, recusando-se a ferir ou matar seus oponentes, a não ser que não exista outra escolha.

Rom tenta seguir o princípio de não-violência de Mahatma Gandhi. Tenta, porque ele não a evita quando inocentes são ameaçados. Ele pode aceitar ser ferido, mas não permite que outros sejam atacados na sua frente. Ele suporta ser alvejado, espancado, esmagado, golpeado, arrastado, mas não admite que uma criança seja molestada, e fará uso de força se necessário para impedir que tal fato ocorra.

E a prancha atrás de Rom nos faz lembrar de outro personagem espacial que também prezava a paz: o Surfista Prateado. Norrin Radd sempre evita usar seu poder cósmico, embora pudesse pulverizar facilmente os seres que o atacavam sem motivo.

Talvez tenha sido por suas afinidades ideológicas que Rom apareceu em um dos episódios da animação do Surfista Prateado.

Palmas para Brandon Graham, por ressaltar a índole pacífica como atributo do maior de todos os Cavaleiros do Espaço.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Jeff Lemire

A imagem abaixo foi feita pelo premiado cartunista canadense Jeff Lemire, autor de Essex County TrilogyThe NobodySweet Tooth.


Dono de uma arte bem expressiva, Jeff retratou o cavaleiro espacial no elemento para o qual foi projetado: o espaço! Em algum asteróide, no longo caminho entre a Terra e seu planeta natal, Rom passou grande parte dos duzentos anos de perseguição aos Espectros sozinho. É incrível, na verdade, inacreditável, que ele não sucumbisse à loucura ou simplesmente desistisse de sua missão. Dois séculos lutando! Dois séculos longe de sua amada, de seus amigos e de tudo que apreciava em seu lar! Se Rom tivesse um anel energético, certamente seria muito mais poderoso do que qualquer membro da Tropa dos Lanternas Verdes (cujo filme, aliás, estréia em junho deste ano).

E após salvar o planeta Terra (e ser esquecido por todos, mesmo após o Capitão América afirmar que ninguém jamais o esqueceria), esse guerreiro ciborgue prateado tem de empreender uma nova jornada solitária para retornar ao seu planeta. É nesse retorno que ocorre uma das mais belas histórias da saga de Rom, The Life Song (A Canção da Vida), em Rom #67. Escrita por Bill Mantlo e ilustrada por Steve Ditko, co-criador do Homem-Aranha, essa história mostra o questionamento de Rom sobre sua existência. É uma excelente história para ser lida por pessoas desiludidas e altamente recomendável para qualquer que pense em dar cabo de sua vida, ou simplesmente se entregar à morte. É uma história linda, que nos leva a refletir sobre como damos pouca ou verdadeira importância às coisas realmente relevantes ao nosso redor.

Palmas para Jeff Lemire, por nos fazer lembrar disso!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Ricardo Venâncio

A imagem abaixo foi criada por Ricardo Venâncio, um ilustrador português natural de Lisboa. Ela mostra Rom empunhando a maior arma de Gálador, o Neutralizador.

Ricardo tem grande experiência em storyboard de animação, a sequência que orienta a produção das cenas de um desenho animado.

Aqui ele mostrou o maior de todos os Cavaleiros do Espaço com o mesmo aspecto imponente que Sal Buscema costumava dar ao personagem, dando foco ao terror que o Neutralizador causava nos Espectros.


O Neutralizador é uma arma bem diferente, pois não tem propósito de aniquilar o inimigo (embora possa ser ajustado para isso). Ele foi projetado para duas grandes funcionalidades: expulsar os Espectros para a dimensão do Limbo e paralisar qualquer dispositivo que atingisse. É uma arma pacífica, talvez mais do que os cacetetes da polícia britânica.

Obi-Wan-Kenobi chamou o sabre de luz de "arma elegante para tempos de paz", mas continua sendo um instrumento que machuca e mata. O Neutralizador com certeza é muito mais elegante do que o sabre de luz.

Palmas para Ricardo Venâncio, que destacou a maior arma criada em Gálador, grandiosa por sua característica pacífica, o que quase é um paradoxo para um artefato de combate.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Walter Simonson

A imagem abaixo, carregada em 11 de maio de 2009 no blog Spacenite 2, é de autoria de Walter Simonson. Ela mostra Rom lutando contra Espectros fêmeas. A escolha das criaturas não foi por acaso, pois Simonson é o criador da aparência das fêmeas espectrais.


As fêmeas dos Espectros, quando não estavam disfarçadas, sempre apareciam cobertas por um manto. Imaginava-se que elas fossem parecidas com os machos, até que Simonson criou uma aparência muito mais assustadora para elas. Aliás, o prólogo de Rom #47 é uma das histórias mais assustadoras dos quadrinhos de super-herois e abre uma fase onde os Espectros mostram seu lado mais cruel.

 Rom #47, capa de Bill Sienkiewicz

Walter Simonson nasceu em 1946. Roteirista e desenhista, ganhou vários prêmios relacionados a produção de histórias em quadrinhos. Na DC Comics trabalhou com Batman, Caçador de Marte, Homens Metálicos, Mulher-Gavião e Superman, entre outros. Para a Marvel, produziu histórias com o Quarteto Fantástico, o X-Factor e Thor.

Como o primeiro filme de Thor produzido pela Marvel Studios vai estrear este mês no Brasil, precisamente no dia 29, é oportuno falar sobre o trabalho de Simonson com o Deus do Trovão. Simonson é responsável por uma das melhores fases de Thor nos quadrinhos. Atuando como roteirista e desenhista, ele aproximou o personagem das lendas nórdicas chegando inclusive a alterar seu uniforme para um aspecto mais viking. 

Mas o trabalho mais memorável de Simonson na revista Thor foi a Saga de Surtur, onde o Deus do Trovão precisa impedir que o gigante de fogo do reino de Muspelheim destrua Asgard e a Terra. Essa série foi publicada duas vezes no Brasil, a primeira começando na extinta revista Heróis da TV, da editora Abril, e prosseguindo na mini-série Thor da mesma editora. A segunda vez foi no encadernado Os Maiores Clássicos do Poderoso Thor nº 2, da Panini. Estes último é mais fácil de encontrar.

A aparência que Simonson deu às fêmeas dos maiores inimigos de Rom pôde ser vista mesmo quando a série do Cavaleiro do Espaço terminou, em uma aventura onde os Vingadores vão até o Limbo enfrentar Kang. Essa história foi publicada no Brasil pela última vez em Os Maiores Clássicos dos Vingadores nº 3. da Panini.

Aliás, depois que as fêmeas assumiram o comando da invasão espectral, elas se espalharam por vários títulos da Marvel, como Avengers (Vingadores) e X-Men. Isso ocorreu durante a saga Guerra dos Espectros. Durante esse evento, a mutante Tempestade perdeu seus poderes graças a uma arma baseada em tecnologia galadoriana.

Walter Simonson conseguiu projetar uma das maiores ameaças que Rom já enfrentou e é um dos responsáveis por uma das fases mais emocionantes do Cavaleiro Espacial. Palmas para Simonson!

Walter Simonson