quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Renee French

A imagem abaixo foi carregada no blog Spacenite 2 em 9 de agosto de 2009. Ela é de autoria de Renee French, uma cartunista e ilustradora norte-americana, que também escreve livros infantis sob o pseudônimo de Rainy Dohaney. Ela já foi indicada para vários prêmios importantes da indústria de quadrinhos, como Eisner, Ignatz e Harvey, e ganhou em 2007 o prêmio Inkpot na San Diego ComicCon.


Renee é dona de um traço bastante peculiar, com um grande domínio de sombreamento. Suas ilustrações dão aquela impressão de fotos antigas em preto e branco. Mas não é só isso. Ela utiliza elementos bizarros com essa técnica criando imagens que a princípio seriam assustadoras, mas terminam sendo agradáveis, graças ao efeito de seu traço.

A ilustração de Rom por Renee dá a impressão de que estamos olhando para um retrato antigo, de algo que está no passado. Parece uma referência ao limbo ao qual a Hasbro e a Marvel trancafiaram esse personagem.

Palmas para Renee French!



sábado, 15 de outubro de 2011

Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Jonathan Case

A imagem abaixo foi carregada no blog Spacenite 2 em agosto de 2009. Ela é de autoria de Jonathan Case, um artista e escritor norte-americano, membro do Periscope Studio, na cidade de Portland, em Oregon, nos Estados Unidos. Jonathan é autor da graphic novel Dear Creature e teve alguns de seus trabalhos publicados na antologia Comic Book Tatoo, ganhadora do prêmio Eisner.

Case criou uma simulação de capa da revista Rom Spaceknight. Ele fez uma arte em estilo retrô, e desenhou Rom com o aspecto do brinquedo original e não de acordo com o visual definido por Sal Buscema. A suposta história da fictícia revista é Rom encounters the Wraith Brides (Rom encontra as Noivas-Espectros).

A cena leva a crer que Rom será tentado pelas belas mulheres, que na verdade são Espectros disfarçados. Talvez Case tenha se inspirado em Rom #42, que contém a história Lead me not into temptation (não me deixe cair em tentação), onde Rom é tentado pelo computador vivo Quasímodo. 

Na verdade, os Espectros nunca usaram essa artimanha, de usar uma mulher para tentar Rom. Seu coração só teve lugar para duas mulheres. Mas o que o oprimia era o fato de estar encarcerado dentro de uma armadura e a perspectiva de permanecer assim para sempre. E foi a possibilidade de voltar a ser humano que Quasímodo usou para abalar a vontade do maior de todos os Cavaleiros do Espaço. 

Rom acreditava que só poderá viver junto com Brandy Clark se for humano como ela. O galadoriano não imaginava que o amor da jovem de cabelos castanhos encaracolados era tão grande que ela estava disposta não só a aceitá-lo na condição de ciborgue como também deixaria sua humanidade e se tornaria metade máquina, como ele.

O verdadeiro amor compreende aceitação. O livro de Deuteronômio, em seu capítulo 10 e versículo 27, diz que mesmo o "poderoso e terrível" Deus dos Hebreus não faz acepção de pessoas. Então quem somos nós para ficar diferenciando uns de outros por sua aparência ou origem? 

Palmas para Jonathan Case.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Rom no Official Handbook of Marvel Universe

Abaixo temos a capa do volume 9 de The Official Handbook of Marvel Universe, um catálogo de personagens da Marvel.

The Official Handbook of Marvel Universe

Como se pode notar, no centro da imagem temos Rom, o Cavaleiro do Espaço, ocupando posição de destaque. Veja bem, aqui ele está sendo considerado como personagem oficial da Marvel! Hoje ela o mantém no Limbo, não mexendo um dedo para resgatar histórias que envolveram todo o universo Marvel.

O volume 9 trazia os personagens de Q a S da editora. Por isso vemos os seguintes na capa:
  • A verdona em trajes sumários é a Mulher-Hulk, cujo nome original em inglês é She-Hulk.
  • O cara com uma marreta brilhando é Ronan, o Acusador, guerreiro kree da raça azul.
  • Acima de Ronan, podemos ver as pernas da Mulher-Aranha, cujo nome original é Spider-Woman.
  • Entre as pernas da Mulher-Hulk vemos, de uniforme verde, a mutante Vampira, cujo nome original é Rogue. Vampira deixou de ser vilã graças a Rom.
  • Abaixo de Vampira, do lado esquerdo, vemos o arqui-inimigo do Capitão América, o Caveira Vermelha, cujo nome original é Red Skull.
  • Abaixo de Vampira, do lado direito, temos um dos inimigos clássicos do Homem-Aranha, o Rhino.
  • Abaixo de Rhino, temos outro inimigo do Homem-Aranha, que inclusive apareceu no terceiro filme dirigido por Sam Raimi. É o Homem-Areia, cujo nome original é Sandman.
  • Aos pés de Rom, em pose de bailarina, vemos Sersi, da raça dos Eternos.
  • Logo abaixo de Rom, vemos o mutante Mercúrio, cujo nome original é Quicksilver.
  • À direita de Mercúrio está sua irmã, a também mutante Feiticeira Escarlate, cujo nome original é Scarlet Witch.
  • Abaixo de Mercúrio vemos dois membros da Tropa Alfa. À esquerda, Shaman, à direita, Sasquatch.
  • Espalhados em várias partes da capa, vemos os terríveis robôs caçadores de mutantes, os Sentinelas.
Mas a pergunta que não quer calar: Quando Rom voltará a ocupar sua posição de destaque?

    quinta-feira, 15 de setembro de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Jared Greenleaf

    A imagem abaixo foi carregada no blog Spacenite 2 em agosto de 2009, pelo ilustrador norte-americano Jared Greenleaf. Ele parece ser uma pessoa bem reservada, do tipo de Steve Ditko, e quase não há informação pública disponível sobre ele. Só sabemos que estudou na Brigham Young University, em Utah, Estados Unidos. 

    Jared criou uma ilustração que mostra o busto de Galactus. E diante do queixo do Devorador de Mundos, está Rom, o Cavaleiro do Espaço.

    Com essa imagem, Jared evoca um dos momentos mais marcantes da saga do maior de todos os Cavaleiros do Espaço: quando ele enfrentou e derrotou Galactus. Aliás, Rom foi o único que conseguiu levar Galactus para um planeta que ele não conseguiu devorar, sem o subterfúgio de fazer acordos para depois quebrá-los, como já o fez o Senhor Fantástico.


    Veja as capas desse arco de histórias:

    Rom #26
    Em Rom #26, o mais sanguinário e cruel dos arautos de Galactus, Terrax, enfrenta os Cavaleiros do Espaço enquanto dois Roms (!) lançam-se contra Galactus.

    Aqui conhecemos outros Cavaleiros do Espaço, como Javelin, Hammerhand e Rainbow. 

    Nesta história o cavaleiro Terminator toma uma decisão que afetaria a vida de Rom dali em diante deixando-o vulnerável por mais de uma vez.

    Em Rom #27, conhecemos finalmente o Mundo dos Espectros, na Nebulosa Negra. E vemos uma das maiores batalhas na qual Galactus se lançou, assistida de camarote por Rom e os Cavaleiros do Espaço.



    Temos ainda uma sutil comparação de Rom com o primeiro arauto de Galactus, o Surfista Prateado. Eles tem várias coisas em comum, mas se diferenciam pela motivação inicial e pelos seus poderes.

    Rom #27
    Quantos podem dizer que derrotaram Galactus? Rom pode!

    Palmas para Jared Greenleaf!

    quinta-feira, 25 de agosto de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Ian Sampaio

    A imagem abaixo, carregada no blog Spacenite 2 em agosto de 2009, é de autoria de Ian Sampaio. Ian é brasileiro, graduado em design gráfico e desde 2004 trabalha como diretor de arte e animador para televisão e cinema. A partir de 2008 ele começou a se interessar por ilustração e desenho de personagens. Ian trabalha em Oslo, Noruega, no estúdio Racecar.


    Ian criou uma imagem deformada de Rom, como se víssemos o personagem em um espelho côncavo. Ele acrescentou a Rom dois propulsores laterais e deu uma impressão de dificuldade ao personagem de segurar o instrumento que não conseguimos dizer se é um Analisador ou um Neutralizador. A ilustração parece estar focado nos pontos em que o brinquedo chamava a atenção. É uma pena que o artista brasileiro tenha se restringido a isso e não tenha trabalhado com nenhum aspecto da mitologia dos quadrinhos.

    Mas não podemos deixar de registrar que um brasileiro fez uma ilustração de Rom, o Cavaleiro do Espaço. Palmas para Ian!


    sexta-feira, 12 de agosto de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Tom Haubrick

    A imagem abaixo, carregada em agosto de 2009 no blog Spacenite 2, é de autoria do artista e tatuador norte-americano Tom Haubrick. As obras de Tom são uma mistura de temas sombrios com uma arte surrealista, que lembra, algumas vezes, as pinturas do belga René Magritte.


    Em sua contribuição para Spacenite 2, Tom cria uma capa fictícia da revista Rom Spaceknight. Nessa capa vemos Rom, como um cometa, mergulhando na escuridão. Podemos apenas considerar que a claridade na parte de onde Rom está vindo é devido a luminosidade dos seus retrofoguetes dorsais, o que parece óbvio. Mas também podemos considerar essa ilustração de uma forma mais profunda.

    Rom deixou seu planeta, Gálador, um paraíso, onde a paz reinava em entre pessoas que não padeciam por necessidades básicas, e onde a tecnologia convivia harmonicamente com a natureza. Podemos dizer que Rom veio de um lugar realmente iluminado, onde o compartilhamento do conhecimento para auxiliar o próximo superou os desejos vaidosos de conquista.

    Mas Rom teve de deixar esse mundo de sonhos para mergulhar em uma guerra secular, e mergulhar na escuridão do espaço sideral, sem saber se retornaria um dia para seu mundo e para os braços de sua amada, Ray-Na.

    Como um cometa, ele surgiu nos céus do planeta Terra, desceu em meio a pessoas às quais veio salvar, e que lhe repudiaram logo que o viram. Mas Rom tinha um propósito, que pode ser descrito pelo juramento (ou lema) do primeiro Lanterna Verde dos quadrinhos, Alan Scott:

    …And I shall shed my light over dark evil… for dark things cannot stand the light! The light of the Green Lantern!

    Que podemos traduzir como:

    …E eu lançarei minha luz sobre as trevas... pois as trevas não podem resistir à luz! A luz do Lanterna Verde!"

    As trevas dos Espectros também não puderam resistir à luz do Neutralizador de Rom, o Cavaleiro do Espaço.

    Palmas para Tom Haubrick!

    quinta-feira, 28 de julho de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, e o Capitão América

    No dia 29 de julho estreia, no Brasil, o filme Capitão América, o Primeiro Vingador. Legal, mas o que isso tem a ver com Rom? Vou explicar.

    Veja a imagem abaixo. Ela mostra o Capitão América correndo em uma motocicleta. Até aí, nada de mais, porque o bandeiroso andou pilotando motos em diversas aventuras. Mas preste atenção no que ele diz.



    O Capitão está perguntando a si mesmo se existe um alienígena causando morte e destruição ou tudo não passa de uma invenção da mídia. Ele conclui que o único modo de saber é juntar-se à busca. Que busca? A busca pelo alienígena que estava desintegrando pessoas em Nova Iorque. Essa história se passa na revista Rom #23 e o alienígena em questão é Rom!

    Na verdade, o Cavaleiro Espacial havia banido Espectros disfarçados, mas tudo o que as pessoas viam eram um monte de cinzas onde antes havia um aparente ser humano. A polícia, o exército e até os super-heróis se juntaram para perseguir o tal "alien robô assassino". Entre eles, estava o Capitão América. Temos que reconhecer que não foi um bom começo.

    Rom foi incompreendido e perseguido durante muito tempo. Até que começou a Guerra dos Espectros, onde a Terra quase foi convertida em um novo lar para os alienígenas transmorfos da Nebulosa Negra. Um dos momentos de clímax dessa saga foi a captura de Rom pelas Espectros fêmeas. E Rom era o único que podia ativar o Neoneutralizador, criado pelo mutante Forge. Parecia o fim, até que, de repente, nas páginas de Rom #65 (publicada no Brasil em Superalmanaque Marvel nº 1, da editora Abril), surge um exército de super-heróis, liderado por quem? Olha só:


    Isso mesmo! O Capitão América trouxe todo mundo pra salvar o Rom! Atrás dele vieram os Vingadores, os Defensores, os X-Men, a Shield, Os Supersoldados Soviéticos, a Tropa Alfa e heróis de todas as partes do mundo, todos unidos contra os Espectros. Brandy Clark liberta seu amado usando o poder mais poderoso do universo depois da força de vontade. Livre, Rom deixa os heróis lutando contra os Espectos na Terra e vai para a órbita do planeta, onde ativa o Neoneutralizador. Isso retira os poderes dos Espectros e os deixa indefesos.

    Depois, em Rom #66 (não publicada no Brasil), os heróis da Terra tem de decidir o destino das criaturas que espalharam morte e destruição pelo seu planeta. O que fazer com elas? Wolverine dá uma sugestão, mas Rom decide o destino final de seus maiores inimigos. Depois disso, Rick Jones, o maior coadjuvante da Marvel só tem uma coisa a dizer, como podeser conferido no quadro abaixo.


    Isso mesmo. Rick agradece a Rom. E o Capitão América diz que toda a Terra é grata ao Cavaleiro do Espaço. Na imagem seguinte, podemos ver os heróis exaltando Rom, com o Sentinela da Liberdade em destaque à sua direita. Para alguém que travou uma guerra solitária de dois séculos e foi perseguido pelas pessoas que procurava proteger, nada mais justo.


    Finalmente, todos se despedem. Mas o Capitão América não vai sem antes dizer algo, como mostra o quadro abaixo:


    O Capitão América disse: "A Terra  nunca se esquecerá de você, Rom, Cavaleiro Espacial - onde quer que você vá! Adeus!"

    Capitão América, já que você é um homem de palavra, porque não vai até a Hasbro e faz com que essa promessa se cumpra?

    Já enviei cartas para Marvel, Hasbro e Disney suplicando o retorno de Rom. Na verdade, tudo depende da Hasbro, dona dos direitos. Pelo menos, não estou sozinho nisso. David do Blog for Rom Fans Taht Aren´t Dicks também escreveu para a Hasbro, como podem conferir aqui.

    TRAGAM ROM DE VOLTA!

    terça-feira, 26 de julho de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Michael Deforge

    Michael Deforge é um jovem artista (nasceu em 1987) que vive em Toronto, Canadá. Um de seus trabalhos de maior destaque é a série Lose, publicada pela Koyama Press. Ele ganhou o Prêmio Doug Wright 2010  na categoria de "Melhor Revelação". A arte de Michael é centrada no bizarro (extremamente bizarro).Ele tem um talento para imagens e cenas fantásticas e talvez pudesse ser comparado ao holandês Hieronymus Bosch, se considerarmos somente a arte sem os motivos.

    Na imagem abaixo, Michael retrata Rom em uma cena psicodélica, que deixa a interpretação, a princípio, a cargo de quem a vislumbra. Alguns podem rapidamente enxergar uma montanha, um monstro e um planeta na ilustração, enquanto outros podem enxergar outras figuras, como fazemos ao contemplar um piso ou revestimento.


    Mas, por incrível que pareça, essa cena bizarra tem uma referência mais concreta do que sugestões à batalha secular de Rom contra os Espectros pelas galáxias. Steve Ditko, na edição 69 da revista Rom Spaceknight, ainda inédita no Brasil, retrata a chegada de Rom ao planeta mais estranho que ele já havia visto, depois do Mundo dos Espectros.

    Sentindo a presença de outros Cavaleiros Espaciais, ele embarca em uma aventura por paisagens bizarras, tentando compreender aquele ecossistema insano, onde a vida do que parecem ser animais e plantas parece estar mais ligada do que em qualquer outro, como se fizessem parte de algo maior.

    Essa é uma histórias altamente reflexivas da fase em que Steve Ditko, o co-criador do Homem-Aranha, ilustrava Rom. Talvez Bill Mantlo tenha percebido o potencial de Ditko e deixado a ação em segundo plano, para se concentrar no questionamento ao leitor. Nessa história, Mantlo e Ditko resgatam  um personagem altamente inspirado nas ideias de James E. Lovelock, o criador da Hipótese Gaia.

    A história A World Alive retoma questões que Stan Lee e Sal Buscema já haviam levantado na origem do Surfista Prateado, mais especificamente com relação às motivações de Galactus, o Devorador de Planetas.
    Rom não é tão poderoso quanto o Surfista Prateado, que detém o Poder Cósmico, mas a tecnologia galadoriana lhe dá condições de enfrentar grandes ameaças que, somadas à sua bravura, lhe permitiram triunfar sobre adversários mais fortes. Mas na edição 69 de sua revista, ele revela o potencial de seu Neutralizador e como ele contém seus poderes, sempre evitando ferir mesmo seus inimigos.

    Palmas para Michael Deforge! 


    domingo, 24 de julho de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, na Tutatis

    A livraria Tutatis, em Porto Alegre, é a primeira do Brasil a ter, simultaneamente, os originais da revista Rom Spaceknight e uma cópia dos três volumes de Rom, Biografia Não Autorizada. Se você tiver oportunidade de passar lá, poderá ver com os próprios olhos que a Biografia de Rom existe, não é uma lenda!

    Edições originais da revista Rom Spaceknight, na livraria Tutatis, em Porto Alegre


    O pacote contendo a biografia de Rom em frente às edições originais.
    Da esquerda para a  direita, Cassiano, o portador, e Edie (proprietário da Tutatis)
     
    Fãs de quadrinhos na Tutatis seguram o pacote com a Biografia Não Autorizada de Rom
    Da esquerda para a direita, Edgar, Rogério, Leandro (Fatman) e Edie.
    Um nerd profissional tem a honra de retirar os
    três volumes de Rom, Biografia Não Autorizada, do pacote
    Este é Leandro, astro de uma das mais fantásticas produções nerds 
    deste país, Fatman e Robada.
    "Eu não acredito nisso! Rom, Biografia Não Autorizada existe mesmo!"
    Arrancar um sorriso de um astro é uma façanha que só uma biografia de Rom faria 
    Tutatis, a primeira livraria a ter um exemplar de Rom, Biografia Não Autorizada.
    Da esquerda para a direita, Leandro, Rogério e Edie.
    A livraria Tutatis fica na Avenida Assis Brasil, 650, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

    Quem somos nós para diferenciar a loucura dos sonhos?
    Marcelo Segato Proença




    terça-feira, 19 de julho de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Danijel Žeželj

    A ilustração abaixo foi criada por Danijel Žeželj. Ele é croata e já teve trabalhos publicados em vários países da Europa, nos Estados Unidos, Brasil, Argentina e África do Sul. Daniel também trabalhou para as gigantes estadunidenses de quadrinhos de super-heróis, DC Comics e Marvel Comics.

    Esse talentoso croata foi o primeiro artista de quadrinhos a ter uma exposição solo no museu Isabella Stewart Gardner, em Boston, Massachusetts (EUA). Ele tem uma editora em Zagreb, na Croácia, chamada Petikat.


    Danijel apresenta Rom em uma cena inusitada: tocando guitarra em um palco. Algo impensável? Talvez não. Rom vem de uma civilização pacífica. Ele não era um soldado, mas um poeta. Ele não se lançou na guerra contra os Espectros almejando obter glória em batalha, mas tão somente para salvar seu planeta da destruição. A glória não estava na morte do inimigo, mas em dar a sua vida para salvar a de outros.

    Com certeza Rom teria mais satisfação em visitar a Terra para mostrar sua poesia do que em empunhar um Neutralizador.

    Será que um dia alcançaremos o nível de civilização dos galadorianos, que extirparam os males sociais e conseguiram harmonizar alta tecnologia com a preservação do meio ambiente? Será que poderemos viver em um mundo onde não nos preocupemos em massacrar e aniquilar, mas em declamar poesias e apreciar música?

    Aliás, com relação a música, temos muitas personalidades que concordam com seu caráter elevado:

    "A música é a revelação superior a toda sabedoria e filosofia."
    Beethoven

    "Onde há música não pode haver maldade."
    Miguel de Cervantes

    "Sem a música, a vida seria um erro. "
    Friedrich Nietzsche

    "Música é constante renovação. Cada vez que alguém toca, traz ao mundo um novo som."
    Daniel Barenboim
     
    "Depois do silêncio, aquilo que mais aproximadamente exprime o inexprimível é a música. "
    Aldous Huxley

    "A música está em tudo. Do mundo sai um hino."
    Victor Hugo 

    "A música é o remédio da alma triste. "
    Walter Haddon


    O livro de Isaías, no capítulo 2, verso 4, diz o seguinte:

    "E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear."

    A ilustração de Danijel talvez complemente esse verso, sugerindo que os Neutralizadores serão convertidos em guitarras. Ou que o som produzido por fuzis e metralhadoras será substituído pelo dedilhar de cordas.

    Palmas para Danijel Žeželj


    sábado, 2 de julho de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Jim Rugg

    A imagem abaixo é de autoria de Jim Rugg. Jim é um cartunista e ilustrador estadunidense, conhecido por evocar a linguagem e cultura dos anos 70 em seus trabalhos. Entre suas obras, destaca-se Street Angel, uma sátira de quadrinhos de super-heróis da Era de Ouro.


    Jim retrata Rom no centro de Clairton, reproduzindo a cena de sua chegada à cidade na primeira edição da revista Rom Spaceknight. Nela, Sal Buscema mostrava como o alienígena pousou na pequena cidade de West Virginia e chamou a atenção dos moradores. A princípio, todos ficaram espantados, esperando para ver o que iria acontecer. As pessoas pensavam que se tratava de um robô. Alguns já o chamavam de monstro. 

    Na ilustração de Jim, parece que não há ninguém ao redor de Rom. Na verdade há. Se você aumentar a imagem, perceberá que há pessoas nas calçadas, mas bem distantes do Cavaleiro Espacial.

    Isso nos faz refletir sobre várias coisas, como o medo do desconhecido. e o preconceito. 

    Rom não chegou atirando (bem, ele atira depois, mas é nos Espectros). Por que ninguém se aproximou pacificamente perguntando quem ele era e o que queria? Sem saber de quem se tratava, já o chamaram de monstro. Julgaram-no por sua aparência, por ser diferente.

    Rom deixou seu planeta e se lançou em uma perseguição solitária, por mais de duzentos anos. Enquanto os terráqueos massacravam uns aos outros em sucessivas guerras movidos por ganância, Rom libertava mundos da opressão dos Espectros, sem esperar nada em troca.

    Longe de casa, longe dos amigos e mais longe ainda da mulher que amava, ele se achou no meio de um mundo onde as pessoas que veio salvar o perseguiam e atacavam. Ao contrário do Hulk, ele não chegava esmagando, embora o Hulk não tivesse intenção de machucar ninguém, apenas reagia.

    É oportuno falar sobre o Hulk, pra discutir essa questão de preconceito. Em uma de suas aventuras, na fase de Bill Mantlo e Sal Buscema, o doutor Bruce Banner vai parar em Israel. Lá ele vê um órfão palestino ser morto em um atentado a bomba executado por extremistas islâmicos. Isso faz com que ele se transforme no Gigante Verde. A polícia de Israel ataca o Hulk, acusando-o de estar do lado dos terroristas. E para enfrentá-lo surge a super-heroína de Israel: Sabra.

    Após uma grande batalha, o Hulk foge para o deserto, com o corpo do menino. Sabra o persegue e o acusa de ter matado o garoto. O Hulk responde que o menino morreu porque os "homenzinhos" só querem brigar por terra. Ele mostra que os verdadeiros monstros são os homens, tantos israelenses quanto palestinos, que em vez de conviver pacificamente, matam inocentes dos dois lados por terra.

    Uma raça de seres que consome a si mesma tem autoridade para chamar um alienígena desconhecido de monstro?

    A discussão sobre a mútua exclusividade de aparência e essência é algo tratado em várias obras de literatura, como O Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo, e no conto da Bela e a Fera, dos irmãos Grimm.

    No primeiro livro de Samuel, no capítulo 16, verso 7, o mesmo Deus de judeus, cristão e muçulmanos, diz o que realmente importa para ele:

    Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração.

    Precisamos aprender a enxergar além do alcance de nossa visão.

    Palmas para Jim Rugg!

    terça-feira, 7 de junho de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, e Mística, a Mutante

    No dia 3 de julho de 2011, estreou no Brasil o filme X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, no original). Esse filme mostra uma versão cinematográfica para a origem dos X-Men. Uma versão bem alternativa, visto que mistura personagens de várias formações dos X-Men. Da equipe original dos quadrinhos, temos somente o Professor X e o Fera.

    O filme faz uma tentativa de criar uma origem compatível com o filme X-Men de 2000, e se foca bastante na vida de Magneto. Na verdade, o filme deveria se chamar X-Men Origins: Magneto, porque ele começa e termina com o mutante Erik Lehnsherr, e as melhores cenas do filme são as em que ele entra em ação.

    X-Men: Primeira Classe tem um grande compromisso com o primeiro filme da série X-Men, mas destoa bastante dos quadrinhos no qual é baseado. Algo que ocorre no filme que não possui referência nos quadrinhos é o fato de Mística e Charles Xavier serem amigos desde a infância. No filme, Charles praticamente cria Raven, a futura Mística, como se fosse uma irmã mais nova. Nos quadrinhos, Mística até chegou a fazer parte da equipe, mas não foi no início. Na maior parte do tempo, ela foi inimiga dos X-Men.

    Um fato interessante é que, nos quadrinhos, Mística e Rom se encontram. Inicialmente, Mística se aliou ao Híbrido para derrotar Rom, que havia frustrado seu plano para libertar Blob, Avalanche e Pyro da prisão. Mas ao descobrir que o mestiço de humana com Espectro pretendia escravizar tanto humanos quanto mutantes, resolveu ficar do lado do Cavaleiro Espacial.

    É nesse encontro que Vampira começa a sofrer uma mudança, ao sentir em Rom uma nobreza que jamais viu antes. E de vilã, ela passou para heroína.

    A bela metamorfa Mística atrai Rom para uma armadilha em Rom #32.

    Mística ajuda Rom, assumindo a forma de Brandy Clark, para afastá-lo da sugestão hipnótica do Híbrido. O Cavaleiro Espacial fica surpreso com a atitude da vilã.

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Ken Garduno

    A imagem abaixo, carregada em maio de 2009 no blog Spacenite 2, é de autoria de Ken Garduno. Ken não é namorado da Barbie, mas um ilustrador graduado na Art Center College of Design de Pasadena, na Califórnia. Ele trabalha como artista freelancer e seu trabalho tem sido exibido em exposições internacionais e publicado em revistas e álbuns de arte.

    Ken fez uma ilustração em que Rom parece muito com um brinquedo. Bem, Rom era um brinquedo... Originalmente, um robô com luzes e sons, algo que, pelo menos no cinema e televisão, era sinal de alta tecnologia.

    Sem uma definição clara de sua natureza, um comercial, disponível no Youtube apresenta o personagem como membro de um ordem de guerreiros, que perseguiam os temíveis Espectros.

    O brinquedo não vingou, mas deu origem a uma grandiosa saga em quadrinhos que durou 75 edições mensais com quatro anuais especiais. É incrível como vários brinquedos deram origens a personagens de sucesso em outros meios.

    Foi assim com He-Man, com os Transformers e com os G.I. Joe (Comandos em Ação no Brasil). Até a Barbie hoje faz sucesso com seus desenhos em 3D!

    E Rom, o Cavaleiro do Espaço? Está preso em um Limbo, talvez mais difícil de escapar do que aquele para o qual despachava os Espectros. O Limbo dos direitos de propriedade intelectual, onde o medo de processos judiciais se sobrepõe à preservação do conhecimento. É como preferir jogar comida fora em vez de dar para quem tem fome.

    Muitos homens manipularam os fatos para distorcer o conhecimento da realidade a seu favor. Alguns escondem alguns fatos por conveniência econômica. Será que algum dia Rom sairá do ostracismo a qual foi condenado, uma verdadeira recompensa de Temístocles.

    Todos têm o direito de saber quem foi Rom, o Cavaleiro do Espaço. E as crianças, principalmente, devem ter o direito de acrescer um grande personagem à galeria de imagens grandiosas nas quais podem se inspirar.

    Palmas para Ken Garduno.


    quinta-feira, 19 de maio de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Chris Samnee

    A imagem abaixo é uma ilustração de Chris Samnee, carregada no blog Spacenite 2 em maio de 2009. Chris Samnee é um ilustrador que mora em Portland, estado de Oregon, EUA. Ele já realizou trabalhos para diversas editoras norte-americanas importantes, como DC, Marvel e Dark Horse. Ele possui um traço expressivo e realista. Em seu site você pode encontrar excelentes esboços de personagens conhecidos dos quadrinhos. Um destaque é o seu trabalho na revista Thor: The Mighty Avenger.


    Chris ilustra na imagem acima o momento em que Rom sai da cratera formada pelo impacto do meteoro dentro do qual ele chegou (revista Rom #1, nos EUA, Almanaque Premiere Marvel nº 2, Brasil). A cena da chegada de Rom foi descaradamente copiada pelo filme Transformers, de Steven Spielberg e Michael Bay. Chris consegue desenhar Rom com a mesma imponência dada por Sal Buscema, fazendo uma grande homenagem ao homem ilustrou a maior parte da revista ROM Spaceknight.

    Recentemente, após sair de um treinamento na região da Avenida Paulista, conheci em um bar um consultor de análise de requisitos e modelagem de negócios e contei a ele sobre meu livro, Rom Biografia Não Autorizada, terminado, mas ainda não publicado por falta de editora. Em um mega-ultra-power-resumo do livro, falei sobre a chegada de Rom na Terra, dentro de um meteoro e como isso foi referenciado, sem créditos, no filme dos Transformers, cuja dona, a Hasbro, também tem dos direitos de Rom.

    O consultor me disse que tal cena não era uma novidade, porque o Superman também havia chegado à Terra em um meteoro. Eu disse que não, porque sabemos que o Superman chegou à Terra em uma nave. Eu percebi que a confusão foi por causa do bendito seriado de TV Smallville, no qual a nave chega junto com uma chuva de meteoros. Essa mudança no original dos quadrinhos teve dois motivos.  O primeiro era disfarçar a chegada da nave (seria difícil prestar atenção nela com um monte de meteoros destruindo a cidade). O segundo era criar uma fonte de ameaças para o Superboy sem uniforme enfrentar.

    É isso mesmo. Rom chegou à Terra em um meteoro, e não copiou isso de ninguém. Foi copiado. E não foi creditado.

    Na ilustração, vemos Rom olhando ao seu redor. Ele está sozinho agora, sem a companhia dos outros novecentos e noventa e nove Cavaleiros do Espaço. Está em um planeta desconhecido, infestado pelos terríveis Espectros, que disfarçados de humanos, tornarão difícil sua missão. Pois como convencer os terráqueos de que ele não é uma ameaça?

    O fato de Rom ter chegado dentro de um meteoro serviu para evitar que agências de inteligência e o exército dos EUA se mobilizassem imediatamente. Mas inevitavelmente, a figura de uma criatura metálica sem rosto com estranhos aparelhos que surgiam do nada iriam atrair a atenção da mais bélica de todas as nações, que geralmente atira primeiro e pergunta depois.

    O que será que se passava na mente de Rom, enquanto ele olhava ao seu redor, contemplando uma parte daquele belo planeta, dominado por uma raça que destrói os recursos dos quais depende para viver? Será que ao contemplar a atitude do ser humano da Terra diante do seu mundo ele cogitaria a possibilidade dos Espectros estarem semeando a ganância e o egoísmo para provocarem a extinção da raça humana e de toda a vida na Terra?

    Quanta coisa em um quadro apenas... Palmas para Chris Samnee.


    quarta-feira, 4 de maio de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Chuck BB

    A imagem, carregada em maio de 2009 no blog Spacenite 2, é de autoria de Chuck BB. Chuck é um ilustrador de quadrinhos de Los Angeles. Suas obras de destaque são Nyarlathotep, de H. P. Lovecraft e Black Metal, volume 1.


    Chuck mostra Rom com a maior arma de Gálador, o Neutralizador, em uma situação inesperada. O raio do aparelho se encurva e sobe. Isso nunca aconteceu com a arma de Rom. Mas talvez Chuck quisesse fazer uma referência a outro personagem que ilustrou, Darkseid, cujos raios Ômega fazem todos os desvios necessários até atingir o alvo.

    De qualquer forma, o destaque na ilustração fica sendo o Neutralizador. O Neutralizador é uma arma muito estranha, porque não foi confeccionado para matar, apesar de poder ser ajustado para isso. O fato de ser empunhado por Rom o torna um instrumento pacificador, pois o maior de todos os Cavaleiros Espaciais se recusava até o último instante em usar sua arma para matar. Com certeza, é um artefato mais elegante do que um sabre de luz, porque sua principal função é desativar o funcionamento de qualquer aparelho.

    É um instrumento que, se fosse real, causaria a ambição de vários governos no mundo. Imagine algo capaz de tornar todas as armas de um exército inimigo inúteis? Em um tempo em que as superpotências usam e abusam de alta tecnologia, elas acabam dependendo muito de equipamentos elétricos e eletrônicos. Uma arma que paralisa tanques, aviões e navios pode dar o domínio do mundo a qualquer supervilão.

    O interessante é que na saga de Rom é que essa possibilidade, dos governos terráqueos perseguirem o galadoriano para tomar sua arma, não é explorada. Podemos conjeturar uma explicação simples: os Espectros estavam infiltrados em altas posições de governo, incluindo postos militares, e certamente não tinham mais interesse em destruir a arma que os bania para o Limbo do que capturá-la. Os Espectros sabiam, pelo menos os que sobreviveram aos primeiros embates com Rom, que o dispositivo galadoriano tinha um sistema de segurança que impedia seu uso por Espectros.

    Aqui há um detalhe interessante: além de Rom, somente três pessoas conseguiram empunhar o Neutralizador: Kitty Pride, Brandy Clark e Dominor. As duas primeiras para banir o Híbrido, o maior inimigo de Rom. O último para dar cabo da última ameaça que restava em Gálador: ele mesmo. 

    Parece que o Neutralizador é inteligente, ou então é governado por alguma regra similar a do martelo de Thor, o Mjolnir. No Mjolnir há a seguinte inscrição: "Aquele que empunhar este martelo, se for digno, terá o poder de Thor". Isso implica que não é necessário exatamente ser Thor para usar o Martelo, o que permite que outras pessoas, em momentos de extrema necessidade, possam usar a arma. Foi o que aconteceu com o Superman na mini-série Liga da Justiça versus Vingadores, onde o kriptoniano conseguiu usar o martelo de Thor quando este jazia ferido.

    Pudessem todas as armas terem um dispositivo que só permitisse seu uso com responsabilidade. Mas, adaptando Sun Tzu, se fôssemos sábios, evitaríamos o uso de armas.

    Dignidade, responsabilidade... Que coisas legais Chuck nos faz lembrar com sua ilustração. Palmas para Chuck BB!

    segunda-feira, 25 de abril de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Dan Stiles

    Que inusitado! Uma pintura cubista de Rom!

    Essa imagem, carregada no blog Spacenite 2 em maio de 2009 é de autoria de Dan Stiles. Dan vive em Portland, no estado de Oregon, EUA, onde trabalha com um estilo de arte que é uma combinação de música e desenho. 


    Dan destaca, na sua interpretação do maior de todos os Cavaleiros do Espaço, o elmo de Rom, que escondia as emoções do galadoriano por trás de dois sensores ópticos vermelhos. Esse elmo foi um desafio para Sal Buscema e Steve Ditko, que tiveram de fazer uso da expressão corporal para transmitir as emoções do guerreiro prateado. Eles já não tiveram esse problema com a Cavaleira do Espaço Starshine, que tinha um rosto com feições quase humanas.

    O estilo cubista nos lembra Picasso, e Picasso nos lembra Guernica, um quadro que ele pintou em 1937 para representar o bombardeio da cidade basca de Guernica, feito por aviões alemães durante a Guerra Civil Espanhola. A Espanha serviu como um ensaio para a Luftwaffe, a força aérea alemã, testar armas e táticas antes da estreia da Blitzkrieg, a guerra-relâmpago, que desarmou a defesa francesa em cinco meses.

    O bombardeio de Guernica é uma daquelas coisas que devemos lembrar para que nunca mais se repita. Infelizmente, massacres de populações civis continuam ocorrendo em áreas de constantes conflitos armados.

    Não sei se a ideia de Dan era trazer isso à tona, mas a crueldade do ataque à Guernica é algo do nível dos Espectros. Na revista Rom #16, Terminator conta a Rom e Starshine que toda a população de seu planeta foi morta por uma praga lançada pelos Espectros. Quando os galadorianos chegaram, só conseguiram salvá-lo removendo as partes infectadas de seu corpo e colocando o restante dentro de um armadura. Isso evitou sua morte, mas o condenou a ser um ciborgue para sempre.

    A guerra não somente destrói vidas ceifando-as, mas também impedindo que os sobreviventes a tenham em sua plenitude.

    Quanta coisa legal Dan nos faz pensar com sua pintura cubista de Rom! Palmas para Dan Stiles!



    segunda-feira, 18 de abril de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Simon Gane

    A imagem abaixo, carregada em maio de 2009 no blog Spacenite 2, é de autoria do artista britânico Simon Gane. Gane é um grande fã de  música underground. e e essa influência fica clara em várias de suas obras.  Entre seus trabalhos de destaque estão a mini-série em quatro partes Paris, com roteiro de Andi Watson, Meet John Dark, Punk Strips, All Flee (roteiro de Gavin Burrows) e The Vinyl Underground (texto de Si Spencer), em dois volumes, onde dividiu a arte com Cameron Stewart.


    A imagem acima mostra Rom, em sua forma humana, beijando a fronte de uma jovem. Pelas feições, deduzimos que é Ray-Na, o grande amor do primeiro guerreiro ciborgue de Gálador. Rom estava disposto a dar sua vida para que sua amada pudesse sobreviver, mas quando se tornou um guerreiro tinha a esperança de voltar a seus braços. 

    Foi com profundo pesar que ele ouviu o pedido do Primeiro-Diretor de Gálador, de perseguir os Espectros até que nenhum deles pudesse ameaçar outra raça no universo. Era uma tarefa árdua, com final incerto. Talvez ele jamais retornasse para seu planeta. E talvez nunca mais visse sua amada.

    Era de se esperar que Ray-Na implorasse para que Rom ficasse, para que não a abandonasse. Ela poderia dizer que seu coração já havia sofrido ao vê-lo partir para a batalha onde ele conduziu os galadorianos à vitória expulsando os Espectros. 

    A jovem, de acordo com as próprias lembranças de Rom, tentou demovê-lo da ideia de tornar-se um ciborgue. Ela não queria perder seu amado. Nada mais natural do que agora, após ele ter cumprido seu dever salvando Gálador,  ela possa tê-lo novamente em seus braços (ou melhor, aconchegar-se neles).

    Mas a atitude dela é totalmente inesperada. Ela diz a Rom que ele deve ir. O Cavaleiro do Espaço fica espantado e pergunta como ela pode aceitar isso se talvez eles jamais se vejam de novo. Embora aos prantos, a jovem responde que eles não podem viver o seu amor plenamente, sabendo que outros amantes estão sofrendo por causa dos Espectros. Ela então dá as costas, chorando, mostrando que ela está disposta a sacrificar seus desejos pessoais pela felicidade de outras pessoas. 

    O que Ray-Na fez lembra o texto de I Coríntios 13. Nesse capítulo de sua carta, o apóstolo Paulo afirma que o amor "não busca os seus interesses". Segundo ele, o amor "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". Veja que interessante, Ray-Na ama Rom, mas não busca seu próprio interesse. Ela cumpre o segundo mandamento cristão (Marcos 12:31), amando o seu próximo como a ela mesma. Quem é o próximo de Ray-Na? É aquele que precisa da ajuda de Rom. Ela não pode conviver com a consciência tranquila sabendo que existem pessoas que podem ser salvas por seu amado.

    Ela sofre com sua partida, mas espera, acredita que eles ficarão juntos. Nas primeiras edições da revista Rom

    O destino de Ray-Na, no entanto, surpreende aqueles que esperam por um final feliz entre ela e Rom. Na verdade, causa certo furor e revolta em quem simpatiza com ambos. Provoca um questionamento sobre a injustiça. Mas mesmo isso possui uma referência no cristianismo, o texto de Hebreus 11:39, "e todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa".

    Ray-Na provou que seu amor era verdadeiro, pois ao dar sua vida pela de seu amado, ela lembrou que "ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos" (João 15:13). Ora, um namorado, noivo ou  marido é (ou deveria ser)  antes de tudo, um amigo.

    "Nosso amor... nunca morrerá!"  - Ray-Na, despedindo-se de Rom

    Palmas para Simon Gane, rei dos quadrinhos Punk, que nos fez lembrar o que é o amor!

    sexta-feira, 15 de abril de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Guy Davis

    A imagem abaixo foi criada por Guy Davis e adicionada ao blog Spacenite 2 em maio de 2009. Guy é um ilustrador de quadrinhos norte-americano, nascido em 1966. Ele ganhou um prêmio Eisner em 2009 na categoria melhor desenhista/arte-finalista. Alguns de seus trabalhos notáveis são B.P.R.D (Bureau for Paranormal Research and Defense), obra que trata sobre a organização da qual o herói-demônio Hellboy faz parte, e uma parte de Sandman Theatre Mistery (Sandman, Teatro do Mistério). Esses dois livros foram publicados no Brasil, o primeiro pela Mythos Editora e o segundo pela Tudo em Quadrinhos. Guy ilustrou várias histórias de Hellboy, personagem que foi vivido nas telas do cinema por Ron Perlman.


    A cena acima mostra Rom em uma batalha com naves espaciais, disparando seu Neutralizador contra o inimigo. Vemos um astronauta à direita, flutuando, talvez desmaiado ou até morto. 

    Essa cena é interessante, pois evoca as histórias que falam sobre as batalhas que os Cavaleiros Espaciais tiveram de travar contra frotas de seus inimigos, os Espectros. A saga de Rom faz referência a pelo menos duas dessas batalhas. A primeira, lembrada várias vezes durante a série, é a Batalha de Gálador, onde os Cavaleiros Espaciais enfrentaram os Espectros pela primeira vez. Contando apenas com seus poderes, eles derrotaram um adversário muito mais numeroso e a princípio muito mais equipado.

    Foi nessa primeira batalha que Rom derrotou uma das criaturas conhecidas como Asas da Morte, tornando-se uma lenda tanto para os Cavaleiros do Espaço como para os Espectros. Também foi nessa batalha que o Cavaleiro Incandescente (Firefall), o melhor amigo de Rom, desapareceu.

    A segunda batalha espacial da qual vemos detalhes, é quando Rom, Starshine e Terminator enfrentam naves espectrais antes de descobrir alienígenas contaminados por uma doença mortal. É nesse momento que Terminator toma uma atitude que causa revolta em Starshine.

    A saga de Rom descreve outras lutas no Espaço, mas não podemos chamar essas de batalhas, pois ele as terminou rapidamente. Foi o caso de seu enfrentamento com Nova, da luta contra os exilados do planeta de Automata e do ataque ao homem que roubou a armadura de Pulsar.

    As outras grandes batalhas nas quais Rom esteve envolvido, e de que travamos conhecimento, ocorreram na superfície de planetas.

    A batalha de Gálador é citada nos números 1, 4, 51 e 64 da revista Rom, todos esses publicados no Brasil nas revistas Marvel Premiere da RGE e O Incrível Hulk da editora Abril.

    Como seria fantástico assistir a batalha de mil Cavaleiros Espaciais contra milhares de naves dos Espectros, no interior da Gálaxia Dourada. Vamos lembrar que ao contrário dos Jedis, os Cavaleiros do Espaço não dispunham de naves. Eram soldados de infantaria contra veículos de combate. Tudo bem que o Mace Windu destruiu sozinho uma máquina gigante dirigida por dróides, mas isso era exceção.

    Talvez um dia, a Hasbro decida fazer algo com Rom além de ficar renovando os direitos sobre a marca...

    Palmas para Guy Davis, por lembrar das épicas batalhas espaciais travadas por Rom, o Cavaleiro do Espaço!





    domingo, 10 de abril de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Brandon Graham

    A imagem abaixo, carregada em maio de 2009 no blog Spacenite 2, é de autoria de Brandon Graham, artista norte-americano de quadrinhos. Ele ganhou um prêmio Eisner por seu livro King City, em 2008.


    De todas as imagens que comentamos até agora, esta sem dúvida parece ser a mais psicodélica. Vemos Rom em uma posição de meditação, ao lado do que parecem ser alienígenas de vários mundos. À sua direita há uma espécie de tigre, que está com sono, meditando ou drogado. A pequena criatura à sua esquerda parece manusear algo similar a um cachimbo (que o tigre fumou?). Uma bola de futebol aparece perdida na cena. Atrás do Cavaleiro Espacial há uma jovem e um homem, separados pelo que parece ser uma prancha de surfe. A jovem parece uma hippie, enquanto o homem veste um traje espacial e usa turbante.

    Apesar de parecer bizarra, a ilustração nos faz lembrar da índole pacífica de Rom. O galadoriano vive um paradoxo, pois é um guerreiro e no entanto recusa-se a lutar na maior parte das vezes. Rom evita usar seus poderes até que não haja outra alternativa. Por isso ele muitas vezes fica na defensiva, apanhando, recusando-se a ferir ou matar seus oponentes, a não ser que não exista outra escolha.

    Rom tenta seguir o princípio de não-violência de Mahatma Gandhi. Tenta, porque ele não a evita quando inocentes são ameaçados. Ele pode aceitar ser ferido, mas não permite que outros sejam atacados na sua frente. Ele suporta ser alvejado, espancado, esmagado, golpeado, arrastado, mas não admite que uma criança seja molestada, e fará uso de força se necessário para impedir que tal fato ocorra.

    E a prancha atrás de Rom nos faz lembrar de outro personagem espacial que também prezava a paz: o Surfista Prateado. Norrin Radd sempre evita usar seu poder cósmico, embora pudesse pulverizar facilmente os seres que o atacavam sem motivo.

    Talvez tenha sido por suas afinidades ideológicas que Rom apareceu em um dos episódios da animação do Surfista Prateado.

    Palmas para Brandon Graham, por ressaltar a índole pacífica como atributo do maior de todos os Cavaleiros do Espaço.

    quinta-feira, 7 de abril de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Jeff Lemire

    A imagem abaixo foi feita pelo premiado cartunista canadense Jeff Lemire, autor de Essex County TrilogyThe NobodySweet Tooth.


    Dono de uma arte bem expressiva, Jeff retratou o cavaleiro espacial no elemento para o qual foi projetado: o espaço! Em algum asteróide, no longo caminho entre a Terra e seu planeta natal, Rom passou grande parte dos duzentos anos de perseguição aos Espectros sozinho. É incrível, na verdade, inacreditável, que ele não sucumbisse à loucura ou simplesmente desistisse de sua missão. Dois séculos lutando! Dois séculos longe de sua amada, de seus amigos e de tudo que apreciava em seu lar! Se Rom tivesse um anel energético, certamente seria muito mais poderoso do que qualquer membro da Tropa dos Lanternas Verdes (cujo filme, aliás, estréia em junho deste ano).

    E após salvar o planeta Terra (e ser esquecido por todos, mesmo após o Capitão América afirmar que ninguém jamais o esqueceria), esse guerreiro ciborgue prateado tem de empreender uma nova jornada solitária para retornar ao seu planeta. É nesse retorno que ocorre uma das mais belas histórias da saga de Rom, The Life Song (A Canção da Vida), em Rom #67. Escrita por Bill Mantlo e ilustrada por Steve Ditko, co-criador do Homem-Aranha, essa história mostra o questionamento de Rom sobre sua existência. É uma excelente história para ser lida por pessoas desiludidas e altamente recomendável para qualquer que pense em dar cabo de sua vida, ou simplesmente se entregar à morte. É uma história linda, que nos leva a refletir sobre como damos pouca ou verdadeira importância às coisas realmente relevantes ao nosso redor.

    Palmas para Jeff Lemire, por nos fazer lembrar disso!

    segunda-feira, 4 de abril de 2011

    Rom, o Cavaleiro do Espaço, por Ricardo Venâncio

    A imagem abaixo foi criada por Ricardo Venâncio, um ilustrador português natural de Lisboa. Ela mostra Rom empunhando a maior arma de Gálador, o Neutralizador.

    Ricardo tem grande experiência em storyboard de animação, a sequência que orienta a produção das cenas de um desenho animado.

    Aqui ele mostrou o maior de todos os Cavaleiros do Espaço com o mesmo aspecto imponente que Sal Buscema costumava dar ao personagem, dando foco ao terror que o Neutralizador causava nos Espectros.


    O Neutralizador é uma arma bem diferente, pois não tem propósito de aniquilar o inimigo (embora possa ser ajustado para isso). Ele foi projetado para duas grandes funcionalidades: expulsar os Espectros para a dimensão do Limbo e paralisar qualquer dispositivo que atingisse. É uma arma pacífica, talvez mais do que os cacetetes da polícia britânica.

    Obi-Wan-Kenobi chamou o sabre de luz de "arma elegante para tempos de paz", mas continua sendo um instrumento que machuca e mata. O Neutralizador com certeza é muito mais elegante do que o sabre de luz.

    Palmas para Ricardo Venâncio, que destacou a maior arma criada em Gálador, grandiosa por sua característica pacífica, o que quase é um paradoxo para um artefato de combate.